As empresas cabo-verdianas de pequeno e médio porte raramente estão configuradas para conquistar clientes em outros países e pode ser um caminho árduo até que se consigam os primeiros resultados.

Caminho esse que vale a pena percorrer, devido à dimensão dos mercados que se pode aceder. No curto prazo, o mercado da diáspora, com cerca de 1 milhão de potenciais consumidores, pode ser o primeiro passo para, a médio prazo, as empresas encararem as oportunidades de mercado dos respectivos países de acolhimento. Os acordos de comércio, como a Lei para o Crescimento e Oportunidade de África (AGOA) com os EUA, o Sistema Geral de preferências (SGP+) com a UE, o acordo regional de integração económica dos países da África Ocidental (a CEDEAO), que compreende cerca de 230 milhões de consumidores nos 15 estados membros, bem como acordos bilaterais, fazem parte de um conjunto de facilidades que potenciam a competitividade das exportações nacionais.

Cada mercado tem as suas particularidades, mas há alguns pontos que podem ser de utilidade geral:

  • Visite feiras em outros países – vai conhecer potenciais futuros concorrentes e pode ter acesso a ideias e produtos, mesmo para o mercado interno.
  • Avalie associar-se a outras empresas do mesmo segmento.
  • Desenvolva um site e outros materiais de promoção nas línguas usadas nos países para que pretende exportar.
  • Conheça as especificidades de cada mercado alvo e adeque os seus produtos.
  • É necessário perseverança no projecto, pois serão muitas barreiras a enfrentar.
  • Use a experiência de ser exportador para aperfeiçoar-se como fornecedor no mercado interno.
  • Tenha foco na escolha dos mercados alvo e produtos a exportar – considere concentrar-se em apenas parte de sua linha de produtos.
  • Ao elaborar a lista de preços deve considerar as isenções de impostos e outros incentivos assim como os preços praticados pela concorrência em cada país.
  • Existem calotes internacionais e é necessário proteger-se, normalmente exigindo pagamento antecipado, cartas de crédito ou seguro de crédito.
  • Procure os parceiros certos em cada país alvo.

Por um lado, exportar é como vender no mercado interno: é preciso ter atenção ao preço, qualidade, pós venda, divulgação e distribuição. Por outro lado, exportar é diferente de vender no mercado interno: é longe, são outros costumes, outro idioma, a concorrência é maior, há mais exigências, menos tolerância ao erro.

Apesar de todas as dificuldades, as empresas podem descortinar excelentes oportunidades de crescimento e atingir novos patamares de excelência.